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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Quem quer ser o mágico,
E quem quer ser o escorpião?
"Tu és cabeça e não rabo"
Então sobe no palco e diz alguma coisa:
---- Homem, que homem será?---
Um palhaço olhando e rindo,
Ele finge não saber de nada,
Mas tem um ar de quem já sabe.
--- Afinal qual o motivo de tanta exasperação?---
Eu serei o mágico e você o escorpião.
No final, tudo deve estar certo.
Os judeus e sua conspiração,
O manto com o rosto de Deus,
Os santos rezando por anos.
Nossa vida que vai passando,
O palco se esvaziando.
O espetáculo acabando,
Vão saindo os atores.
O que reveste esse corpo não é pele,
Seu exterior mostra tudo.
--- Não tem alma ---
Carne que pensa?
Carne que lê?
Súbito um salto,
Os homens podem voar?
Fazer o que nos é imposto,
Apaga-se a luz,
Resta apenas um.
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Um pássaro cantando lá fora,
Ele parece chamar teu nome.
Meu pensamento sobe, vai longe.
Existe uma dança no ar:
Locomotivas e auto-naves,
Um chamado bem otimista.
Que triste poderia ser a vida,
Graças a Deus que não é.


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Agora nesse instante,
Eu envelheço um pouco mais,
Quem sabe o que este instante significa?
Meu ultimo grito já não há,
Fez-se em tosse ou lamento.
Ainda resta um fio de pensamento,
A vida outra vez sendo revista,
Ainda que com um pouco de medo.
A fé é sempre renovada,
Corpo salgado e morto,
Assim não apodrece,.
Pobre coração de herói
Em que cravaste o punhal do medo,
Rompendo assim,
Com tudo que lhe era sagrado.
Agora, seu lar
Por certo esta desfeito.
Um tempo pelo deserto,
Encerrar-se em si mesmo.
Que segredos são estes,
Escondidos no espelho,
Na bolsa da jovem Lorena,
Sentada ao meu lado?
O rosto maquiado da adolescente,
Uma coçada no nariz tudo entrega,
O pensamento sobe, vai longe.
Tanto, tanto...
Que se perdeu.

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